Não nascemos para morrer, mas morremos para viver!

Pe. Lucas Pereira dos Santos

Paróquia Santo Antônio de Pádua (Itaguatins-TO)

            Na história da humanidade, diversas correntes de pensamentos ergueram-se na tentativa de explicar a existência humana, dentre elas o materialismo, o marxismo e o existencialismo ateu. Em todas estas existe um ponto de convergência: a exclusão da dimensão espiritual do homem e, consequentemente, a ideia de um Deus pessoal e da eternidade, chegando à conclusões como o filósofo alemão Heidegger de que o homem é um “ser para a morte.”

             Por sua vez, o pensamento cristão sempre ressaltou que qualquer tentativa de explicar o homem, exclusivamente, sob a ótica da existência factual ou dos limites do natural, erra o seu alvo, pois esta é incapaz de compreender a pessoa humana em sua totalidade. A fé que da Igreja recebemos, nos recorda que “cremos na ressurreição da carne e na vida eterna.” Não fomos criados para a morte ou por ela sermos aniquilados definitivamente, mas por ela passarmos à vida verdadeira que não terá fim, conforme o prefácio dos Fiéis Defuntos I: “Senhor, para os creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada” (Missal Romano, p. 462). O sentido da vida não se encontra na realidade caótica do mundo, mas na esperança da eternidade que nos foi dada pela fé.

             Celebrar, liturgicamente, a Comemoração dos Fiéis Defuntos não é apenas executar um cerimonial em sufrágio das pessoas falecidas, mas celebrar a fé pascal na ressurreição da carne e a reafirmação da esperança da vida eterna. Assim, compreenderemos as palavras de Jesus: “todo aquele que crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11, 26). Ao visitar um cemitério, Igreja ou oratório ou mesmo no simples rezar pelos falecidos e acender uma vela, seja análoga a nossa súplica: “Ó Senhor da vida que, por vossa misericórdia, as almas dos fiéis defuntos descansem em paz e que não nos falte a fé na ressurreição. Amém!

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