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Padroeira

Nossa Senhora da Consolação

 

 

O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA DEVOÇÃO

 

A devoção à correia de Nossa Senhora

Conta uma tradição que São Tomé não estava com os doze nos últimos dias de vida de Nossa Senhora. Com a chegada do apóstolo removeram a pedra do sepulcro da Virgem, mas o seu corpo não se encontrava lá. A Virgem havia sido assunta ao céu. No seu sepulcro, conservou-se apenas suas vestes e uma correia no meio das rosas. Por causa desta fato, ocorrido no dia da Assunção de Maria, a festa de Nossa Senhora da Consolação é celebrada em Tocantinópolis no dia 15 de agosto.

 

A construção da primeira Igreja

Passados muitos anos, um novo acontecimento veio acentuar a fama da santa correia, Juvenal, patriarca de Jerusalém, encontrou, no sepulcro da Santíssima Virgem, sua correia, e a Imperatriz Santa Pulquéria a fez transportar para Constantinopla, colocando-a numa Igreja de Nossa Senhora, construída para este fim. A piedade da princesa contribuiu para que se aumentasse a devoção à correia de Nossa Senhora entre os fiéis da Igreja grega, na qual se estabeleceu a festa de sua Invenção e outra, da sua Trasladação.

(Disponível em: <<https://arquisp.org.br/liturgia/santo-do-dia/nossa-senhora-da-consolacao>>).

 

Acrescentou-se o título de Consolação à devoção da correia

Piedosa tradição narra que, estando Santa Mônica muito desolada com a morte de seu marido e com os descaminhos de seu filho Agostinho, eis que lhe aparece a Virgem Maria, vestida de negro e trazendo uma correia. Mandou-lhe que se vestisse desta maneira e entregou-lhe a correia, garantindo-lhe a conversão de seu filho. Ele e seus companheiros deveriam vestir-se assim em memória da paixão de Jesus e usar a correia em homenagem a ela.

 (Disponível em: <<https://agostinianos.org.br/agostinianos/provincia-da-consolacao/nossa-padroeira/devocao/>>).

 

A partir deste fato a correia de Maria passa a ser associada a um sinal de consolação pela morte do marido de Santa Mônica e a conversão do filho. Com isso, foi unida à devoção da correia o título de consolação, sendo propagada mais tarde pelos agostinianos.

 

A chegada em Tocantinópolis

Em Tocantinópolis, a devoção a N. S. da Consolação iniciou em meados do século XIX. A imagem original foi encomenda de Portugal pelos jesuítas por volta de 1890. Apesar dos dados históricos, uma outra tradição popular atribui aos indígenas o encontro da imagem nas águas do Rio Tocantins.

 

O empenho de padre João

Apesar do esforço dos jesuítas, foi com o cônego João de Sousa Lima que o festejo da padroeira se popularizou. Padre João foi o pároco da Boa Vista entre os anos de 1897 a 1904 e 1908 a 1947. Em 1937 foi lançada a pedra fundamental da Igreja Matriz, atual catedral diocesana.

 

 

A TEOLOGIA DA IMAGEM E DA DEVOÇÃO

 

O significado da correia

Era costume na Judéia que as mulheres andassem cingidas com uma correia, como sinal de pureza e fidelidade. A Santíssima Virgem também a usou. A correia de Maria é símbolo de sua virgindade perpétua e Imaculada Conceição.

 

Teologia da imagem

Na imagem de Nossa Senhora da Consolação, a correia se origina nas mãos de Jesus, passa pelas mãos de Maria e se dirige para a parte inferior da imagem, que representa a humanidade desolada. Este gesto significa que Jesus é a Consolação de Deus e Maria é a mãe medianeira entre Cristo e a humanidade.

 

Significado de consolar

Consolar, do latim consolari, “aliviar, animar, consolar”, de COM, “junto”, mais SOLARI, “aliviar”. No cotidiano, a palavra significa “aliviar a aflição ou o sofrimento”. Consolar não é unicamente enxugar o pranto, mas encorajar, estar junto de quem sofre. A Virgem Maria reconforta e encoraja os filhos aflitos em suas tribulações.

 

Filha do Pai das Consolações

O Apóstolo Paulo afirma que o Senhor é o Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação (cf. 1Cor 1, 3). Maria é invocada com o título de consolação porque é a Filha predileta do Pai das consolações.

 

Mãe do consolador do mundo

Jesus Cristo é a maior consolação que o Pai enviou aos homens, ele é o consolador dos filhos aflitos (cf. Is 61, 2, Mt 11, 28). Maria é a Mãe da Consolação porque é Mãe de Jesus, o consolador da humanidade.

 

Esposa do Espírito Consolador

Na Bíblia (cf. Jo 14, 16, 15, 15), na Tradição e na religiosidade popular, um dos nomes do Espírito Santo é consolador. Maria é a Senhora da Consolação porque foi agraciada pelo Espírito consolador (cf. Lc 1, 35) e perseverou com os Apóstolos invocando o mesmo Espírito em Pentecostes (At 1, 14).

 

Na liturgia e na piedade popular

Por ocasião do Ano Mariano de 1987, o papa São João Paulo II aprovou a coletânea dos textos das Missas de Nossa Senhora como apêndice do Missal Romano. Nela consta um formulário próprio para a Missa da “Bem-aventura Virgem Maria, Mãe da Consolação” com eucologia, prefácio e sugestão de leituras. Na religiosidade popular, na ladainha lauretana, Maria é invocada como “consoladora dos aflitos”.

 

Assunta ao céu pode nos consolar

“Bem aventurados os que choram porque serão consolados” (Mt 5, 4). Somente aqueles que foram consolados podem consolar. Pela sua assunção, Maria já superou todo tipo de aflição e sofrimento, por isso, tendo alcançado a felicidade plena continua a interceder pelos seus filhos desolados, “ela brilha como sinal de esperança e consolação para o povo peregrino” (Lumen Gentium, 68).

 

Modelo para a identidade histórica da Diocese de Tocantinópolis

Historicamente, diante dos sofrimentos e injustiças que assolaram a vida do povo do norte do Tocantins, a Diocese de Tocantinópolis desenvolveu uma atuação profética, aliviando as dores e aflições deste povo sofredor, sendo a voz de quem não tinha voz. Na atuação histórica dos pastores e fiéis desta Diocese é possível vislumbrar um modelo de Igreja solidária e misericordiosa, que anuncia a alegria do Evangelho, celebra os mistérios da fé e caminha ao lado dos mais pobres, sendo um sinal de esperança e consolação, conforme inspira o título da padroeira diocesana.

 

ORAÇÕES A N. S. DA CONSOLAÇÃO

 

 (Fórmula litúrgica)

Ó Deus, que pela Virgem Maria vos dignastes mandar Jesus, consolação do vosso povo, concedei que por sua intercessão materna sejamos repletos de vossa consolação para que possamos, por vós consolados, consolar os nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

 

(Piedade popular)

 

Vós sois no céu a Rainha dos Anjos e dos Santos, mas aqui na terra é a Mãe das consolações. Vós sois a Consolação e eu, vosso (a) filho (a), vos peço, portanto, consolação e a graça… (pedir a graça). Mãe querida, vós sabeis o modo, conheceis o caminho para ouvir-me, por isso confio em vós!  Dizei uma palavra a Jesus que trazeis em vossos braços com tanto amor e carinho, e será o suficiente para que eu prove a alegria do conforto. Consolado (a) por vós e pelo vosso Filho, serei capaz de consolar os meus irmãos que mais sofrem.  Saberei também enfrentar com serenidade as dificuldades, encontrando em vós auxílio e proteção. Amém.