Após alguns anos na Igreja Evangélica, Jayne Gonçaves retorna à Igreja Católica através do Acampamento Sênior da paróquia São Paulo Apóstolo.
Nos dias 20 a 24 de abril de 2022, a paróquia São Paulo Apóstolo realizou o Acampamento Sênior, com o tema: “Eu acredito”. Um dos frutos do acampamento foi o reingresso de Jayne Gonçavez Damasceno, de 28 anos, à Igreja Católica. Confira o testemunho.
“Sou Jayne Gonçalves Damaceno, tenho 28 anos de idade, resido em Luzinópolis/TO. Eu nasci em uma família dividida na fé, por parte de pai, minha família é maioria Evangélica, e por parte de mãe, são Católicos Apostólicos Romanos. Eu fui batizada na Igreja Católica, fiz a Primeira Comunhão, com mais ou menos uns 12 anos de idade. No entanto, eu sempre frequentava mais a Igreja Evangélica, e no ano de 2009, eu aceitei a Jesus (termo usado no Protestantismo) e passei a fazer parte da Igreja Assembleia de Deus Ministério Madureira. Nesse mesmo ano eu me batizei nas águas. Desde então eu nunca quis estar em outro lugar, porém, eu sempre orei a Deus, com toda a certeza do meu coração “Senhor, me leva aonde tu queres que eu vá”, “faça a sua vontade na minha vida”. Só que costumamos fazer essa oração, criando expectativas sobre nossas próprias vontades. Eu tinha sonhos, planos, mas Deus tinha outros muito melhores que os meus.”
E tudo começou a mudar na minha vida, a partir do momento que conheci o Denyson. Meu dentista Católico Apóstolo Romano, que virou meu namorado. Uma evangélica e um Católico. Eu pensei: “vai ser fácil levar ele para ser Evangélico”. De vez em quando eu ia no grupo de oração com ele, ia na missa, mas para mim, era um sacrifício imenso, pois eu não me sentia nada bem dentro da Igreja Católica, tudo me incomodava e eu não sentia a presença de Deus. Eu achava tudo muito frio espiritualmente, muito diferente dos cultos. Eu e o Denyson por algum tempo evitamos falar sobre nossas religiões. No entanto, quando fizemos 0.4 meses de namoro, aconteceu uma situação que me irritou bastante. Em uma brincadeira, o Denyson deu a entender que me queria sendo Católica. Eu me senti tão insultada, falei que de jeito nenhum, de maneira alguma eu iria ser católica, que eu não iria perder minha salvação. Naquele momento, eu tinha certeza do que estava dizendo, eu não acreditava que existia salvação na igreja Católica. Naquele momento eu só queria terminar tudo. Eu pensava que era impossível algum Evangélico virar Católico, eu sempre pensei que era o contrário. Mas o Denyson, com toda paciência e sabedoria, me pediu que somente abrisse meu coração para deixar Deus fazer a vontade dEle, e que ele iria fazer o mesmo. Então, nós fizemos uma combinação, um abrir o coração para a igreja do outro, e com dois meses, nós teríamos uma outra conversa, e chegar a uma conclusão definitiva. Naquela mesmo dia à noite, eu tive um sonho, no qual Deus vivo se revelava para mim, e eu ficava extremamente feliz, chorava muito em saber que estava vendo Jesus. No sonho eu contava para os meus pais o que tinha acontecido, e o quanto eu estava maravilhada. No dia seguinte eu contei esse sonho para o Denyson, e ele ficou impactado, e disse que isso era um sinal de Deus e que eu iria entender depois, e também que Deus estava querendo se mostrar por completo para mim, e eu o estava evitando.
Quando eu era evangélica, eu tinha um costume de toda segunda feira assistir aos vídeos do Deive Leonardo. Na segunda feira seguinte a conversa, eu estava sozinha a noite em casa, e como de rotina, fui assistir o Deive Leonardo, logo após o vídeo terminar, a primeira coisa que vi no YouTube, sem eu pesquisar sobre, foi “Ex protestante 23 anos que virou católica”. Aquele vídeo me chamou bastante atenção, comecei a assistir. Esse vídeo, se tratava de uma moça jovem, que foi evangélica a maior parte da sua vida, e a partir do momento que conheceu a Igreja Católica, se converteu. No seu testemunho, ela contou que quem ajudou muito no entendimento e conversão dela, foi o Padre Paulo Ricardo, e ela também falou sobre um livro que ela leu “todos os caminhos levam a Roma”. Eu fiquei muito curiosa e comecei a assistir as aulas do Padre Paulo Ricardo. Fui entendendo e compreendendo muitas coisas que não entendia, através das aulas dele. Eu também li o livro que ela citou, achei lindo o testemunho do Scott Hahn, porém, não foi algo que me tocou.
Ao chegar na minha cidade, eu procurei a minha amiga católica e falei sobre minha abertura para conhecer a Igreja Católica, foi quando ela me falou sobre o acampamento, e me disse que as inscrições estavam abertas. Eu entrei em contato com meu namorado, e chamei ele para fazermos o acampamento juntos. Ele aceitou. Eu não acreditava que eu iria ser chamada, pensei “tantos Católicos querem participar, não vão chamar logo uma evangélica”. E durante o período das inscrições, várias coisas aconteceram, dentre elas, meu celular não recebia ligação e eu perdi o primeiro contato da organização do acompanhamento, e como não recebi a ligação, eu fui para a repescagem. Aí que eu pensei que não iria ser chamada mesmo, pois achava impossível alguém desistir. Mas um certo dia, eu recebi a tão esperada ligação, e confirmei minha presença no acampamento Sênior em Wanderlândia. Foram dias de ansiedade para o acampamento, e eu realmente estava de coração aberto para viver tudo que Deus tinha para minha vida.
No momento do acampamento vivi coisas extraordinárias, que nunca imaginei viver! Em especial, teve um momento com o Ostensório, o qual o Padre entrou no galpão escuro, só com a luz da lua, e carrega nas mãos algo que eu não conhecia, eu só enxergava como uma cruz. Eu fiquei assustada, via todas as pessoas se curvando para aquela “objeto”, correndo atrás do Padre, e eu simplesmente fugindo dele. Eu tava muito incomodada e principalmente porque eu achava que o Padre estava me perseguindo, para onde eu ia, lá ele ia também, com “aquela cruz”. Logo esse momento teve um outro, onde nós tínhamos que escrever nossos medos, pecados, nossos pedidos, em um papel e levar até o Ostensório. Eu escrevi, porém, não levei até o altar. Eu pensei “tudo que eu quiser falar com Deus, irei falar diretamente a Ele”, e guardei meu papelzinho no bolso. Eu não falei para ninguém que eu não entendia aqueles momentos. Eu pensei que ninguém estava me vendo fazer aquela “cena”. No dia seguinte, no momento na Capela, a primeira coisa que o pregador fez foi virar para o Santíssimo e dizer “gente, isso aqui não é só esse objeto, não é só uma cruz. Deus está ali, vivo. Ali dentro está a Hóstia. Jesus está ali. Tinha gente ontem que fugiu de Jesus. Fugiu de Deus”. Eu fiquei tão impactada com isso, que eu só queria chorar! Quando eu soube que a Hóstia estava dentro do Sacrário, eu senti um arrependimento tão grande, porque eu literalmente fugi de Deus. Fiquei triste, decepcionada comigo mesma. Foi quando eu pedi para conversar com o Padre, e expliquei tudo que tinha acontecido. Ele me explicou muitas coisas, me acalmou, porque eu só queria chorar! Nesse momento me deu uma vontade tão grande de comungar, perguntei ao Padre se eu poderia, já que eu tinha a primeira comunhão. Ele tão sabiamente falou “Filha, se for essa sua vontade, eu posso lhe absolver, porém, tu compreende que se você fizer isso hoje, você estaria traindo sua igreja?”. Foi então que eu percebi que realmente as coisas não são assim, e outra, eu sabia que no meu coração eu queria era testar se Jesus estava na Hóstia mesmo, eu queria ver se eu iria sentir alguma coisa diferente. No entanto, Deus me fez entender que não devemos testá-lo. Devemos receber Ele de todo coração.
Ainda nos dias do acampamento, eu e o Denyson completamos 0.6 meses de namoro. Ou seja … Aquele 0.6 meses que deveríamos ter uma conversa definitiva. Nunca imaginamos que dois meses depois daquela conversa tão séria, estaríamos naquele lugar Santo. O acampamento passou…. Mas eu ainda não estava totalmente decidida, mas eu percebi uma coisa através do acampamento, tudo tem um sentido e um significado. Então eu comecei a participar da Missa de uma forma totalmente diferente… Eu passei a compreender cada coisa e achar tudo tão lindo. Eu passei a me ver participando das coisas da Igreja, principalmente na parte do Ministério de Música, que sempre gostei. Mas tudo que eu sentia, era só para mim e Deus, eu não falava para ninguém, nem para meu namorado. Já estava brotando um amor e uma vontade dentro de mim, mas eu tinha vergonha de falar! Um mês depois chegou o momento do reencontro do acampamento, e eu já cheguei lá completamente diferente. A primeira coisa que me lembrei foi de uma música que aprendi não sei como, não sabia nem quem cantava ela, eu apenas gostava muito de cantar uma parte da música, que é assim “Me leva pra casa, eu quero voltar, pois longe de ti, não é o meu lugar. Eu corro depressa, pra ti encontrar, de braços abertos, em meu lugar”. Tudo fez sentido pra mim, eu olhei para um banner de Jesus de braços abertos sorrindo, e eu tive a certeza que Deus estava assim pra mim, daquele jeito, com braços abertos me esperando, tive a certeza que Ele me queria sendo Católica, e eu então parei de resistir e simplesmente fiz a melhor decisão da minha vida, a minha conversão ao Catolicismo! Eu hoje, nunca estive tão feliz na minha vida! Hoje eu conheço não uma parte de Deus, mas eu o conheço completo! Eu o conheço vivo, e melhor, eu o recebo, através da comunhão. Ele faz parte de mim, e eu faço parte dEle. Ele me completa, me preenche. Hoje eu conheço o verdadeiro amor! Tenho prazer de ir na sua Casa, de visitá-lo no Santíssimo todos os dias, e quando eu não vou, eu sinto uma tristeza profunda! Eu quero conhecer mais de Deus! Quero servi-lo de todo coração! Dar o melhor de mim para Ele, que se deu para mim! Que todos possam provar dessa graça!”
A Diocese de Tocantinópolis acolhe, com alegria, esta filha que retorna à casa!