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Diocese

Significado teológico

Também chamada de Igreja Particular, “a Diocese é a porção do povo de Deus, que se confia aos cuidados pastorais de um bispo, coadjuvado pelo seu presbitério, para que unida ao seu pastor e reunida por ele no Espírito Santo por meio do Evangelho e da Eucaristia, constitua uma Igreja Particular, na qual está e opera verdadeiramente a Igreja de Cristo, Una, Santa, Católica e Apostólica. Cada bispo a quem se confia uma Igreja Particular, sob a autoridade do Sumo Pontífice, como pastor próprio, ordinário e imediato, pastoreia as suas ovelhas em nome do Senhor, exercendo em favor das mesmas o ofício de ensinar, santificar e governar” (Christus dominus, n. 11)

 

A Diocese de Tocantinópolis

A Diocese de Tocantinópolis ou Mitra Diocesana de Tocantinópolis é entidade eclesiástica de direito privado e internacional, com finalidade religiosa, de utilidade pública por sua própria natureza, tendo seus estatutos corporificados no Código de Direito Canônico, que é reconhecido pelo Código de Direito Civil por força do decreto 119 A de 07 de janeiro de 1890, valendo-lhe como documento de Razão Social, a Ata Canônica de Instalação da Diocese de Tocantinópolis de 10 de janeiro de 1982 e a Escritura Pública Declaratória (Diretório Diocesano de Pastoral, 2018, n. 351).

    Até o dia 31 de Janeiro de 2023, a Diocese de Tocantinópolis possuía uma superfície de 43.484,33 Km2; possuindo 41 municípios, e cerca de 500.000hab (Estimativa populacional IBGE 2020), tendo seu território limitado com as dioceses de Carolina-MA, Imperatriz-MA, Marabá-PA, Santíssima Conceição do Araguaia-PA e Miracema do Tocantins-TO. Com a criação da Diocese de Araguaína, no dia acima citado, boa parte de suas paróquias e cidades foram desmembradas. A nova configuração da Diocese de Tocantinópolis ficou composta por uma superfície de 15.761km2 e a população de 214.313hab em 25 municípios do Bico do Papagaio. A Diocese de Tocantinópolis pertence à Província Eclesiástica de Palmas – Tocantins e está situada no Extremo-Norte do estado e tem o seu território limitado com as dioceses de Carolina-MA, Imperatriz-MA, Marabá-PA e Araguaína-TO. 

Jurisdição territorial

Aguiarnópolis, Ananás, Angico, Araguatins, Augustinópolis, Axixá do Tocantins, Buriti do Tocantins, Cachoeirinha, Carrasco Bonito, Darcinópolis, Esperantina, Itaguatins, Luzinópolis, Maurilândia do Tocantins, Nazaré, Palmeiras do Tocantins, Praia Norte, Riachinho, Sampaio, Santa Terezinha do Tocantins, São Bento do Tocantins, São Miguel do Tocantins, São Sebastião do Tocantins, Sítio Novo do Tocantins e Tocantinópolis. 

Nossa história

A região onde se situa a diocese de Tocantinópolis, foi missionada ainda no século XVI, pelos jesuítas oriundos de São Luís do Maranhão. A missão não logrou continuidade, pela escassez das populações e, depois, pela supressão no Brasil da Companhia de Jesus (padres jesuítas).

No início do século dezenove, migraram para as margens do Rio Tocantins (Rio dos Tucanos, em língua tupi), muitos maranhenses oriundos de Pastos Bons, Estado do Maranhão, fixando-se no local a partir de 1818. Por esta ocasião, os capuchinhos italianos recomeçaram o trabalho missionário. Frei Francisco de Monte São Vítor edificou na Boa Vista (antigo nome da sede diocesana), uma capelinha em honra ao Divino Espírito Santo, retomando as missões junto aos indígenas Apinajé, às margens do mesmo rio, mas foi logo expulso por causa da oposição que fez às injustiças dos locais e pela perseguição maçônica.

No entanto, o arraial da Boa Vista cresceu e se desenvolveu. O governo estadual criou então a Paróquia de Nossa Senhora da Consolação da Boa Vista, aos 03 de julho de 1852, sendo nomeado para a mesma, pelo Bispo de Goiás, apenas em 05 de julho de 1859, o seu primeiro pároco encomendado, Pe. Ignácio Joaquim Cortez, que faleceu em 1876.

Por volta de 1862, através de frei Savino de Rimini os freis capuchinhos voltaram a missionar a região de São Vicente Ferrer, no norte da paróquia, hoje cidade de Araguatins, e toda a margem direita do Araguaia; os indígenas Apinajé, e os Carajá-Xambioá mas, de novo, foi expulso pelas inúmeras perseguições da maçonaria. A paróquia N. S. da Consolação compreendia na ocasião, uma extensão ainda maior que a atual área da diocese, mas quase toda despovoada.

Depois de um tempo a cargo dos padres diocesanos, a freguesia foi entregue, em 1888, aos Jesuítas até que fosse assumida pela Missão Dominicana de Porto Nacional. Ordenado um filho da terra em 1897, Pe. João de Souza Lima, foi nomeado pároco, e conduziu a paróquia entre muitas vicissitudes políticas. Pe. João de Sousa Lima, liderou duas das três revoluções em Tocantinópolis, onde aglutinava religiosidade e coronelismo, detendo o poder absoluto em Tocantinópolis por um longo tempo, conseguindo sobreviver às mudanças políticas na Província de Goiás. Num pequeno intervalo em que esteve suspenso de ordens – de 1904 a 1908 – os dominicanos administraram diretamente a paróquia. Readmitido às ordens reassumiu a administração paroquial até a sua morte em 29 de setembro de 1947.

Em 1952, os Orionitas da Pequena Obra da Divina Providência assumiram o cuidado da missão que deu origem à Prelazia e depois à Diocese de Tocantinópolis.

Evolução

O território da diocese primeiramente, pertenceu à diocese de Goiás desde 06 de dezembro de 1745 até que foi criada a diocese de Porto Nacional, aos 20 de dezembro de 1915. Dom Alano de Noday, dominicano francês, segundo bispo de Porto Nacional, buscou logo dividir a sua imensa diocese. Assim, foi criada a nova Prelazia de Tocantinópolis aos 20 de dezembro de 1954 pela Bula Ceu pastor do papa Pio XII com os territórios dos municípios de Tocantinópolis, Itaguatins, Araguatins, Filadélfia e Babaçulândia e entregue aos Filhos da Divina Providência e nomeado Mons. Quinto Tonini como administrador apostólico.

A eleição de Dom Cornélio Chizzini em 28 de abril de 1962 pelo papa João XXIII deu à nova prelazia o seu primeiro bispo que a governou até a morte em 1981. Nesse tempo a prelazia recebeu parte do território da Prelazia de Cristalândia, quando foi criada a Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus em Arapoema. A prelazia foi elevada à diocese aos 14 de novembro de 1980, pela Bula Conferentia episcopalis brasiliensis, de Sua Santidade o Papa João Paulo II.

O segundo bispo da diocese foi Dom Aloísio Hilário de Pinho. Nomeado em 18 de outubro de 1981 pelo Papa João Paulo II e ordenado bispo no dia 20 de dezembro de 1981, Dom Aloísio ficou à frente da diocese de 1982 até o ano de 1999 onde realizou intenso trabalho de evangelização junto aos menos favorecidos. Aos 22 de dezembro de 1999, Dom Aloísio foi eleito bispo para a diocese de Jataí – GO. Com a saída de Dom Aloísio a diocese ficou sob a administração apostólica de Dom José Buck da Diocese de Miracema do Tocantins, até ser nomeado o novo bispo para Tocantinópolis.

Dom Miguel Ângelo de Freitas Ribeiro, terceiro bispo da diocese, foi nomeado em 17 de janeiro de 2001, ordenado bispo no dia 31 de março de 2001 e tomou posse da diocese no dia 21 de abril de 2001 em Tocantinópolis – TO. Em 2007 deixou a diocese de Tocantinópolis sendo nomeado bispo para a diocese de Oliveira – MG.  Com a saída de Dom Miguel, a diocese ficou sob a administração apostólica de Dom frei José Soares Filho, bispo de Carolina –  MA.

Dom Giovane Pereira de Melo foi nomeado pelo Papa Bento XVI no dia 04 de março de 2009, ordenado bispo no dia 8 de maio, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Rondonópolis – MT e tomou posse no dia 24 de maio de 2009, na Catedral Nossa Senhora da Consolação, em Tocantinópolis – TO como quarto bispo da diocese, permanecendo até o dia 31 de janeiro de 2023, quando foi transferido para a Diocese de Araguaína – TO. Neste período de Sé Vacante, Dom Giovane permaneceu como administrador apostólico.

Na Solenidade de São José no ano de 2024, o Papa Francisco nomeou o Monsenhor Carlos Henrique Silva Oliveira como o quinto bispo diocesano. Sua ordenação está marcada para o dia 01 de Maio de 2024, na catedral metropolitana de Brasilia.